Passando pela região sul da Bahia fiquei maravilhado com as plantações de cacau orgânico.
O cultivo consiste em plantar o cacau em meio à mata nativa: a lavoura aproveita a sombra e
os nutrientes orgânicos produzidos pela vegetação nativa e ainda fica protegida de pragas
como vassoura de bruxa e outras mais que atacavam constantemente as lavouras.
O fato é que, com a diversidade de odores e variadas formas de fazer fotossíntese das plantas,
funcionam como um exército de defesa para o ouro da Bahia (cacau), eu, ali em meio aquela
beleza indescritível, enquanto ouvia a explanação de um dos produtores, que justificava haver
sido uma grandiosa descoberta este plantio associado e que se a novidade houvesse chegado
há mais tempo, provavelmente a Bahia hoje seria a maior detentora do domínio mundial do
cacau. E concluiu que o desmatamento foi o maior culpado pelo declínio de muitas fazendas
de cacau em décadas passadas e que esta nova forma de plantio trouxe economia financeira e
riqueza de água em áreas que foram reflorestadas, visando futuras lavouras de cacau.
Muitas antigas nascentes que estavam secando hoje dão sinais de revitalização. Foi então que um
lavrador que escutava a nossa conversa resolveu se pronunciar e deu a seguinte explicação:
“Isto tudo somente ocorreu porque Deus usou a ganância do homem para obrigá-lo a cuidar
da natureza”. Não descarto a hipótese levantada pelo sertanejo, afinal o criador conhece as
criaturas que têm.